Cadeira 21 - Adão Nildo Leme de Souza

Cadeira nº21 - Patrono: Victor Ribeiro
Acadêmico: Adão Nildo Leme de Souza
Santa Rita do Passa Quatro - SP
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Adão Nildo Leme de Souza iniciou seu trabalho com a Literatura aos nove anos de idade, quando escrevia versos a pedido das suas irmãs e colegas. Elaborava cartões, principalmente, no Dia dos Namorados (versos de Amor). Existem pessoas que, através desses poemas, chegaram a casar-se com seus namorados da época e que guardam como relíquias essas lembranças. O mais interessante é que os rapazes achavam que eram as namoradas que escreviam os cartões.

Quando entrou na Escola Rural já sabia ler e escrever. Usou como método de aprendizagem os livros de música caipira da época. Ouvia as músicas na vitrola acústica e em alguns rádios e memorizava as letras: aprendia a cantar as músicas e depois associava os sons produzidos com as letras dos livros. Assim, aprendeu a ler aos cinco anos de idade.

Essa proximidade com a música permanece ainda hoje, pois compõe letras para canções sertanejas raiz. Sua primeira música, gravada em fita cassete, tocava em muitas rádios da região. Chamava-se “Copo de um Fracassado” e foi interpretada por cantores da cidade, por sinal, muito bons: Célio Celinho e Tacão, que tinham programas semanais na Rádio Francisco Alves. Essa melodia chegou a ser a mais tocada na região. Adão Nildo tinha, na época, doze anos de idade e morava na Zona Rural de Santa Rita. Ele tem essa música, ainda hoje, recuperada em CD, com estes mesmos artistas.

Aos 18 anos, mudou para a cidade e continuou escrevendo poesias e músicas. Dentre estas, outras duas se destacaram pela repercussão: “Seresteiro Magoado” e a triste “Cantina”. Mas faltava algo mais...o Estudo.

Entra na Escola noturna “Francisco Ribeiro”, onde cursou o 4º Ano e o Preparatório para o “Ginásio Estadual Ivan Fleury Meireles”, hoje “Madre Carmelita”. Lá fez o Ginásio Completo, com direito a diploma e formatura. Foi o Orador de sua turma, outro dom que desenvolve com muita facilidade. Ingressa na Escola de Comércio “Olavo Bilac”, concluindo o Curso Médio com muita dedicação. Em toda escola onde estudou, não deixou de cultivar o interesse pela poesia e pela música. Era conhecido como “o Poeta”. Mesmo com as dificuldades da época, quando trabalhava como pedreiro, prestou vestibular na faculdade “Moura Lacerda”, em Ribeirão Preto, que cursou por apenas um ano. Devido a motivos particulares, teve que abandonar o curso de “Administração de Empresas”, deixando os estudos para trabalhar como construtor civil, profissão que o levou a ser um pequeno empresário.

Em 1980, com 33 anos, casa-se com Idalina Aparecida dos Santos, mais conhecida como “Nega”. Dessa união, nasceu Guilherme dos Santos Leme de Souza.

Começa a publicar, nos jornais locais, os seus poemas. Coopera com o Jornal “O Santarritense” há mais de 35 anos, sem falhar, sequer, um mês. Já escreveu, entre poemas, poesias e músicas, mais de 600 obras.

Hoje, com 67 anos, tem poemas publicados na coletânea “Páginas Poéticas”. Escreveu, com 18 anos, três peças teatrais: “Morriz de Monte Verde”, apresentada ao lado da Capela Aparecidinha nos anos 70, “A Caboclinha do Rancho” e “O Cigano”, ambas apresentadas no Palco do Ginásio “Madre Carmelita”. Todas obtiveram sucesso de público, pois tínhamos, nesse período, pouca televisão.

Escreve, nos anos 90, uma história que era publicada por capítulos, toda semana, no jornal “O Santarritense”. Durou, mais ou menos, dois meses. A história completa tem nove capítulos e sua estrutura, como seriado, chamou a atenção dos leitores. Todos queriam saber qual seria o desfecho da narrativa. Há o projeto de transformar esta pequena história em livro, que será denominado “Zé Murim”.

Atualmente, Adão Nildo participa do Conselho Cultural, das Rodas de Prosa, de Palestras sobre Poesia e Música Caipira. Faz Programa de Rádio e tem como ponto forte a elaboração de letras de músicas, que são enviadas para São Paulo, para Gravadoras e Parceiros do Gênero. Leva o nome de Santa Rita para o Brasil inteiro, através de suas composições, que já passam de 60 músicas gravadas oficialmente. Não oficiais, há mais de 150 músicas, contos e poemas esparramados por todo o Brasil. Ao todo, em 55 anos de Literatura, tem mais de 600 obras escritas, material este que pretende lançar, em breve, como livros de poesias.

Adão Nildo tem orgulho de seu nome estar entre os grandes compositores do gênero sertanejo raiz. Um de seus parceiros mais próximos chama-se Paraíso, da dupla Mococa e Paraíso e é casado com Iara Fortuna, filha do grande José Fortuna. 

Um fato curioso é que Adão Nildo escreve de forma simples, de um jeito brejeiro e ruralista, herança dos tempos dos cafezais. Essa foi a maneira encontrada para se aproximar de seus leitores e seguidores.

Tem um CD gravado com músicas suas, com as mais tocadas de Adão Nildo e já está se preparando para o lançamento do segundo CD, com músicas interpretadas por nomes reconhecidos da música sertaneja raiz: Cacique e Pajé, Jacó e Jacozinho, Leyde e Laura, Mococa e Paraíso, Rodrigo Mattos e Praiano, Mazinho Quevedo, entre outros. Nos anos 90, participou do Festival “Viola de Todos os Cantos”, em que, entre 2000 músicas, teve sua canção classificada em décimo sexto lugar. Recebeu o prêmio de participação da EPTV, da Rede Globo.

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